quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

QUANDO EDUCAR DEIXA DE SER UMA ARTE PARA TORNAR-SE PURA EXPLORAÇÃO

O Sinpro de Nova Friburgo e Região tem recebido denúncias contra escolinhas (é duro chamar de escolas estabelecimentos que tratam os professores como se fossem escravos) que desrespeitam sistematicamente os direitos dos profissionais do ensino. Deixam o professor trabalhar sem carteira assinada, recebendo pouco mais do que míseros R$ 400,00 (abaixo do piso da categoria e do salário mínimo!) e, ao chegar o fim do ano, anunciam que não têm como pagar o 13º e que, já que a escola (ou melhor, o comércio) estará fechada, o trabalhador não receberá janeiro nem férias!!! É o retorno à escravidão! O Sinpro acionará as instâncias cabíveis (Ministério do Trabalho, Ministério Público, Justiça, etc) para encaminhar as denúncias, mas é preciso que o professor se conscientize de que não pode trabalhar sem carteira assinada, que deve se filiar ao sindicato e participar das lutas da categoria em defesa dos seus direitos. Sem isso, nenhuma conquista é possível.

Não é de hoje que os donos das escolas particulares promovem ataques aos direitos dos profissionais da Educação, direitos duramente conquistados ao longo de décadas de lutas pela valorização da profissão. É um projeto antigo dos capitalistas do ensino, por exemplo, acabar com as férias dos professores, seja fracionando o mês de férias ao longo de todo o ano, seja forçando o retorno às aulas no mês de janeiro (como, por sinal, já acontece em algumas escolas de Nova Friburgo e de cidades da região), seja reduzindo ao mínimo o recesso de julho. Aliás, para alguns patrões, nem existe mais recesso em julho. Segundo eles, no meio do ano acontece o “descanso dos alunos”, como se o professor não precisasse recuperar suas energias, extremamente desgastadas pelo excesso de aulas ministradas nos diversos colégios em que é obrigado a trabalhar para compensar os baixos salários, pelo trabalho realizado em casa, nos momentos de folga, finais de semana e feriados!


A saúde do professor em perigo


São inúmeros os casos de Síndrome de Burnout (do inglês burn out, significando “queimar por completo”) verificados atualmente no meio do professorado. Trata-se de distúrbio psíquico de caráter depressivo, um estado de esgotamento físico e mental intenso cuja causa está intimamente ligada à vida profissional. Os sintomas físicos da doença são: dor de cabeça, distúrbios, irritabilidade, impaciência, propensão a largar o emprego, dentre outros. A Síndrome de Burnout é uma resposta a um estado de pressão muito grande, caracterizado pelo pela exaustão emocional. O estresse é causado pelo excesso de compromissos profissionais; pelas contas a pagar no fim do mês, quando o salário já se foi; pelo desrespeito de alunos, pais e diretores; pela dificuldade cada vez maior de controlar as turmas; pela falta de cuidados com a voz, o mais importante instrumento de trabalho do professor; pela violência que invadiu a escola e a sala de aula; pela ameaça permanente do desemprego; pelos casos de assédio moral. E os patrões ainda querem reduzir o descanso do professor, aumentando dias letivos e carga horária, ao mesmo tempo em que reduzem salários, tentam impor o famigerado e ilegal banco de horas e retiram direitos históricos conquistados pelos trabalhadores? A que grau de calamidade querem, afinal, levar a Educação neste país?

A Constituição brasileira trata a saúde como um direito fundamental. É obrigação dos patrões garantir um ambiente de trabalho sadio e íntegro. Professor, recuse-se a fazer qualquer coisa que queiram lhe impor. PARTICIPE DAS LUTAS. DENUNCIE. FILIE-SE AO SINDICATO.

PRESERVAR NOSSOS DIREITOS É CUIDAR DA SAÚDE!