sábado, 16 de novembro de 2013

A valorização do professor foi a pauta do III Congresso do Sinpro Nova Friburgo e Região

Plano de Cargos e Salários, remuneração da hora tecnológica com direito ao descanso e limite de estudantes por turma são reivindicações essenciais para a efetiva valorização dos professores das escolas particulares de Nova Friburgo e Região. Na busca por definir estratégias de luta para obtenção de tais conquistas, o Sinpro realizou, nos últimos dias 18 e 19 (sexta e sábado), na Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, seu III Congresso, cujas decisões e orientações servirão para balizar as ações da nova diretoria colegiada, a ser eleita nos dias 28 a 30 de outubro (segunda a quarta).

Um momento de emoção no Congresso foi, na sexta-feira à noite, a homenagem ao professor João Raimundo de Araújo, em reconhecimento à militância de mais de 30 anos como dirigente sindical, sempre presente nas lutas dos professores e por uma educação de qualidade, crítica e transformadora. Neste dia, o professor nos brindou com uma aula sobre sindicalismo brasileiro, ao proferir palestra sobre a História do Sinpro de Nova Friburgo, da qual ele sempre foi parte integrante e um dos principais personagens.

No dia seguinte pela manhã, tivemos a palestra do professor João Canto (Sinpro-Nova Friburgo), que falou centralmente da luta pela remuneração da hora tecnológica, reivindicação urgente, tendo em vista a superexploração sofrida pela categoaria, cada vez mais obrigada, pelos donos das escoias, a promover tarefas tecnológicas, as quais representam uma ampliação da extração da mais valia do professor, para além das atividades de aula, planejamento, elaboração e correção de provas, etc.

Houve ainda as explanações dos companheiros Hiran Roedel e Wanderley Quêdo, do Sinpro-Rio, profundamente esclarecedoras a respeito dos vários enfrentamentos que o sindicato coirmão trava contra os tubarões do ensino privado, seja no setor do ensino superior ou na educação básica, os quais vivem hoje intenso processo de oligopolização, com grandes empresas assumindo o controle de redes inteiras de escolas, tratando a educação unicamente do ponto de vista da obtenção de lucros. Além disso, foi colocada a necessidade de uma batalha permanente contra a ideologia dominante, que nos vê apenas como meros reprodutores da ordem burguesa e da visão de mundo capitalista, individualista, preconceituosa e excludente. É preciso, portanto, pensar e atuar no sentido da construção de um projeto alternativo de sociedade, para o que o trabalho na educação é essencial.

O balanço da atuação do Sinpro de Nova Friburgo e Região no mandato que se encerra é positivo. Os últimos três anos foram de muito trabalho: várias denúncias foram encaminhadas aos ministérios Público e do Trabalho para que muitas escolas particulares fossem fiscalizadas, acionadas e até multadas, conforme o grau de desrespeito aos direitos dos trabalhadores. Obtivemos reajustes salariais acima da inflação para a Educação Infantil e os primeiros anos do Ensino Fundamental. A atuação do Sinpro no interior do Conselho Municipal de Educação assegurou mudanças no Plano de Educação de Nova Friburgo, com estaque para a limitação do número de estudantes por turma. A própria composição do Conselho foi alterada face a ação do sindicato, que garantiu a
presença do Sepe e de representantes de pais e alunos em seu seio. Outro destaque foi a participação, junto com a Associação de Docentes, da luta contra o fechamento da Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, movimento que deverá ser retoimado no próximo ano, quando a Faculdade fecha as portas, visando à federalização dos seus cursos. Do contrário, teremos um apagão na formação de professores em toda a região.

É preciso, pois, avançar para a obtenção de novas conquistas: continuamos na luta para acabar com a diferença entre os salários dos diferentes níveis na categoria, uma discrepância injustificada já que a formação exigida é igual para todos.Buscamos o Piso Salarial Unificado e a discussão em torno de um Plano de Carreira para ops professores das escolas particulares. O desafio da nova diretoria é fazer um trabalho permanente de visitas às escolas, para fiscalizar as condições de trabalho, assim como ampliar a atuação jurídica, o trabalho de formação e as sindicalizações, a fim de fortalecer ainda mais nossa entidade.

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